Comunhão
Para se realizar plenamente, cada
pessoa precisa de entrar em relação com o mundo, o que implica perceber e
aceitar o outro na sua totalidade, na sua unidade e sua unicidade. É preciso
que ele se torne presença para mim.
O diálogo genuíno só se dá em clima de plena
reciprocidade, quando o indivíduo experiencia a relação também do lado do outro,
sem contudo abdicar da especificidade própria, o que gera uma multiplicidade de
interesses.
Assim, o rosto da Igreja há de ser múltiplo,
pois na pessoa de Cristo tornou-se possível uma comunhão entre Deus e o homem.
Ao mesmo tempo, a pessoa do Filho tornou-se lugar da comunhão entre os homens, na medida em que cada um destes está
unido ao Filho.
O pluralismo dos pontos de vista e o
nascimento de conflitos internos, com os diversos ritmos, constituem para cada
um dos grupos eclesiais a inevitável prova duma passagem do entusiasmo frágil
dos primeiros encontros a um compromisso verdadeiro na e pela realidade
evangélica da comunhão. Cada pessoa é
chamada a ultrapassar-se permanentemente, por causa de Cristo, tendo como
consequência um aprofundamento do conceito de comunhão e a tomada de consciência
do seu papel inevitável numa sociedade plural, incapaz de se dizer através de
um único discurso, e que para mais está sujeita a profundas transformações.
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