Uma Igreja que acolhe a todos - V
A comunidade eclesial, para o ser, realiza a
sua ação ao estilo de Jesus, que com gestos e palavras intimamente unidos (Cf.
DV 4), e com o seu testemunho explicita que
«Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade: “Eis que faço de novo todas as coisas”. No entanto não haverá humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho. A finalidade da evangelização, portanto, é precisamente esta mudança interior; e se fosse necessário traduzir isso em breves termos, o mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios» (EN 18).
À Boa Nova de Cristo, cada pessoa responde com
o «obséquio pleno da inteligência e da vontade» (DV 5), o que leva à maturidade
da fé. Aliás, a maturidade da fé só acontece quando as três faculdade –
inteligência, afecto e vontade – estão harmonizada e convertidas em Cristo.
Mas aqueles que são afetados por alguma
incapacidade também têm necessidade de encontrar na vivência da comunidade
cristã um olhar de compreensão, bondade e alegria que lhes permita sentirem-se
amados e acolhidos. Mais, que lhes permita suprir, pela caridade dos irmãos,
aquilo que a saúde, ou falta dela, não lhe permite viver.
Frente aos valores do ativismo e da eficácia,
as pessoas com deficiência mostram à Igreja, de uma forma ineludível, o valor
da relação , a riqueza do coração, o valor da humildade e da debilidade. São profetas
silenciosos. É fácil deixá-los de lado, considera-los inúteis e passar ao lado.
Sem dúvida, o seu silêncio é um chamamento à vivência comunitária, um convite à
comunhão.
Diante das curas realizadas por Jesus Cristo e
de toda a Sua vida, a comunidade eclesial é convidada a promover uma saúde
autêntica e a viver de forma saudável a doença e a deficiência.
Jesus, na Encarnação, manifesta o valor e a dignidade de todo o ser humano. A
sua beleza e a sua importância, dando-lhe um sentido, sempre novo, e uma
esperança que nada nem ninguém poderá destruir.
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