Catequese e Liturgia
O ensino e a celebração da fé, da Palavra de
Deus, não podem viver uma sem a outra dentro da Igreja. Uma catequese que se
dissocie da experiência cristã vivida em comunidade é uma catequese alienada,
exterior à realidade dessa comunidade e cujos conteúdos não são mais do que
simples informações religiosas. A transmissão da fé é fundamental, pelo que deve também ser vivida e celebrada nas
ações litúrgicas, momento onde todos os cristãos celebram o Mistério Pascal.
A Liturgia é, na verdade, a fonte e o cume de
toda a vida cristã, onde os catequizandos experimentam e vivenciam em
comunidade o que ouvem na catequese e descobrem sinais visíveis da experiência
de Deus: «A
catequese está intrinsecamente ligada a toda acção litúrgica e sacramental.
Pois é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em
plenitude para a transformação dos homens» (CCE 1074).
Por sua vez, a
Igreja, que transmite a fé como dom do Senhor, que está presente na Sua Igreja,
especialmente nas acções litúrgicas (cf. SC 7), acredita ser importante que os
cristãos participem ativa, mas também conscientemente, na liturgia, onde
celebram a presença salvífica de Cristo. Por isso, à catequese, como caminho de
fé e inserção na vida eclesial, compete iniciar o catequizando na liturgia,
favorecendo o conhecimento dos significados litúrgicos e sacramentais, de forma
a que a celebração dos ritos cristãos sejam, de facto, expressão dum caminho de
fé que garanta a verdade e a autenticidade. Não se trata apenas de uma instrução
sobre um determinado objecto religioso, mas uma iniciação viva e orante que
deve levar à interiorização do culto litúrgico: «a vida sacramental empobrece e
bem depressa e se torna um ritualismo oco, se ela não estiver fundada num conhecimento
sério do que significam os sacramentos. E a catequese intelectualiza-se, se não
for haurir vida numa prática sacramental» (CT 23). Agora, sendo a catequese uma
aprendizagem dinâmica da fé, da vida cristã, e da celebração da eucaristia,
esta não pode prescindir de momentos celebrativos e festivos fortes, porque sem
expressão de fé não há comunicação nem amadurecimento da fé.
Deste modo, a catequese deve conduzir o catequizando a uma experiência viva da presença e
ação de Cristo na vida da Igreja, de modo a poder levar a um seguimento firme
do Senhor e um compromisso missionário. Quando as pessoas são evangelizadas a
partir da sua própria vivência cristã e, a partir daí, se sentem chamados a se
identificarem a Cristo, a liturgia e os
sacramentos assumem nas suas vidas um novo valor e um sentido diferente.
O que penso é que a forma como estamos fazendo catequese já não responde às novas gerações. È urgente olhar em frente e enfrentar novas e radicais desafios. A catequese precisa de mudar o seu paradigma
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