Desafios à catequese de todos os tempos
A catequese é um momento
essencial no processo evangelizador da Igreja, ao serviço da iniciação cristã.
Uma vez que é à catequese que se atribui, cada vez mais, a responsabilidade de
despertar a fé no catequizando, torna-se importante rever a nossa forma de
perceber a catequese. O Directório Geral de Catequese de 1997 propõe-nos
algumas implicações práticas
- Uma catequese que seja,
antes de mais, uma formação orgânica e sistemática na fé, uma vez que esta
proporciona uma aprendizagem de toda a vida cristã sem se reduzir ao ocasional
ou ao ensino: «Trata-se de educar no conhecimento e na vida de fé» (DGC 67).
Não basta transmitir conteúdos, explicar a fé e falar de Cristo. É
indispensável que a catequese faça “ver Jesus” (NMI 16), atualizando o convite
do Evangelho: “Vinde e vede” (Jo 1,39). O seu objetivo é, de facto, educar o
catequizando no conhecimento e na vida da fé, de modo a que este se sinta
tocado pela Palavra de Deus. Deste modo, a catequese ajuda o catequizando,
enquanto discípulo de Cristo, a assumir os seus compromissos baptismais e a
professar a fé «a partir de uma adesão global, por uma sincera conversão do
coração» (CT 20). A catequese é, pois, uma formação centrada naquilo que
constitui o núcleo da experiência cristã, «nas certezas mais profundas da fé e
nos valores evangélicos mais fundamentais» (DGC 67).
- Um
itinerário de conversão de si mesmo ao Deus vivo. Tendo a catequese a
finalidade de promover a comunhão do catequizando com Jesus Cristo, esta deve,
por isso, mostrar claramente a identidade cristã em confronto com a cultura atual,
caracterizando o perfil do discípulo de Cristo, um estilo de vida distinto, que
segue um projeto diferente do mundo e se torna, pela sua forma de viver, construtor
de um mundo novo.
- Um
itinerário com fases que correspondam a níveis de crescimento, celebradas com
ritos próprios. É necessário que a passagem das fases corresponda à aquisição
de capacidades e competências, à aprendizagem de gestos e à assimilação de
conhecimentos.
- Uma
relação mais forte da catequese com a liturgia. De facto, a liturgia é a fonte
e o cume de toda a vida cristã (cf. LG 11), onde os catequizandos experimentam
o que ouvem na catequese e descobrem os sinais visíveis da presença e ação de
Deus. Por isso, a catequese deve promover no catequizando um conhecimento dos significados
litúrgicos e sacramentais, os sinais e a dimensão comunitária da celebração. A
catequese deve, sobretudo, levar o catequizando a viver na celebração litúrgica
e na oração o que aprende sobre a vida cristã.
- Uma
ligação mais forte da catequese à comunidade cristã, sua origem, ambiente e
meta. A comunidade cristã é chamada a acolher e a acompanhar o itinerário de
crescimento na fé.
- Uma
catequese que não fique no conhecimento da fé e na celebração da liturgia mas
eduque no amor a Deus e aos outros e conduza ao compromisso de ser fermento do
Reino de Deus no mundo.
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