Para pensar fazem falta ferramentas!

















O pensador Simon Blackbur escreveu, na sua obra Pense - Uma Introdução à Filosofia, que «os seres humanos têm a capacidade de reflectir constantemente sobre si próprios. Podemos fazer algo por hábito, mas depois somos capazes de começar a reflectir sobre esse hábito. Podemos pensar coisas por hábito e depois reflectir sobre o que estamos a pensar. Podemos perguntar a nós mesmos (ou, por vezes, são as outras pessoas que nos perguntam) se sabemos do que estamos a falar. Para responder temos de reflectir sobre as nossas próprias posições, a nossa própria compreensão do que estamos a dizer, as nossas próprias fontes de autoridade. Podemos começar a duvidar se sabemos o que queremos dizer. Podemos começar a duvidar se o que dizemos é ‘objectivamente’ verdadeiro ou apenas o resultado da nossa própria perspectiva, ou o que a situação nos parece. Ao pensar sobre isto, confrontamo-nos com categorias como conhecimento, objectividade, verdade, e podemos querer pensar sobre elas. Nesse ponto estamos a reflectir sobre conceitos, processos e convicções que normalmente nos limitamos a usar».
Aqui está, a meu ver, o papel incontornável das ferramentas informáticas: elas permitem expressar o nosso pensamento, mas não serão também condicionadoras do nosso pensamento?

Eu a credito que sim, pois fazem parte do processo de comunicação, são uma ‘linguagem’ que nos limitamos a usar.

Esta prosa que vem estando na minha cabeça saiu porque uma colega de mestrado, numa colaboração excepcional justificou o grande trabalho que teve com a elaboração de um power-point e a não inclusão de imagens dizendo que preferiu a utilização do
SmartArt.
O resultado obtido, muito interessante, é resultado dos condicionamentos inerentes ao recurso utilizado.

Será que estou a pensar bem?


Não sei, mas quando puder fechar as outras janelas, vou fazê-lo, e concentrar-me apenas nesta…

Comentários

  1. Excelente 'pensar', Luís.

    "Aqui está, a meu ver, o papel incontornável das ferramentas informáticas: elas permitem expressar o nosso pensamento, mas não serão também condicionadoras do nosso pensamento?" - Concordo consigo. Absolutamente.

    Quanto leio Saramago aos miúdos, e estou a ler, neste momento, um dos seus textos, para mim, mais belo - Conto da Ilha Desconhecida - digo: Prestem atenção à arte de Saramago que, sem usar a pontuação (uma ferramenta da escrita) da forma clássica que todos conhecemos, consegue fazer-nos perceber e, principalmente, sentir o pensamento.

    Na 'arte' de comunicar é essencial saber usar a 'linguagem'. Sem dúvida.

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